sexta-feira, 6 de março de 2015

...O que eu penso?!!




Sinceramente nem eu sei...é uma mistura de pensamentos que por vezes decidem me confundir um pouco, sei que não é por mal, nem por coisa alguma, ou todas as coisas.
Penso que não quero ser mais uma da tua lista de pensamentos...e sim que vivas intensamente o meu amor que me segue o tempo todo e se torna cada dia mais bonito...
E tu... Podes-me dizer o que pensas?!
O que quer que tenhas nos teus pensamentos não esqueças, não agora não hoje... Mas se os transportas no teu coração solta como se estivessem nas tuas mãos...porquê não  sabes?

Pena...fico triste...agora eu posso dizer o que eu sinto quando penso, enquanto vagueio através dos nossos pensamentos, que começou com um simples olhar partilhado mas fixo e acabou envolvido por tantas letras que se juntaram e formaram palavras escritas e partilhadas...de mim para ti, de ti para mim, e agora com o mundo que existe no nosso mundo mesmo que diferentes...

Diferentes, mas que todos pensam...
Enquanto bebem um chá, em frente ao computador, enquanto falam com alguém mesmo que ao telemóvel, os pensamentos surgem...quando dançam e fazem amor, quando olham para alguém com elogio ou crítica, quando choram ou riem pouco ou muito...enquanto estão simplesmente a dormir, porque nos deitamos com eles e permitimos que se transformem em sonhos que nos invadem durante a noite...tornando-se pesadelos ou uma pequena mensagem...

E é com este pensamento que me deito...sem pensar que o teu pensamento se deita comigo...
Boa Noite!

Glória Paiva

quinta-feira, 5 de março de 2015

Quando me olho ao espelho...




Quando me olho ao espelho quase não me vejo e não me reconheço...
Sei que através deste meu rosto atual tem o reflexo do meu outro antes, que as vezes insiste em aparecer, sei que é para me chamar atenção, sei que por vezes quer, ou a maioria das vezes quer que a vá buscar mas eu não quero ver, ou não consigo ver por tão transformada que estou, em alguém que hoje está aqui ou em qualquer lugar mas sabe que não se encontra totalmente, porque não se aceita ainda…

Vejo no espelho um rosto refletido quando acordo de manhã e lavo a cara ou quando coloco um creme e um rímel, não para parecer mais bonita ou bonita…mas sim para se olhar um pouco mais e pensar nas perguntas insistentes (quem és tu? O que fazes aqui e o que fazes contigo?) 


Deixem-me contar-vos uma história verídica que trago comigo entrelaçada dentro do meu coração e na minha memória, essa história passou-se em moçambique o meu país.
Tinha eu três anos de idade e para mim é tão real tão presente como se estivesse lá agora, neste preciso momento que vos estou a contar... é um reviver de mim pequenina e é tão bom, só de estar a falar sinto o cheiro da fruta, do sabor da comida, ai aquele arroz tão branquinho com sabor a cocô em que eu pegava com as minhas mãos tão pequeninas e levava a boca com uma satisfação tão grande de conseguir sozinha, os molhos eram tão diferentes tinham um sabor tão próprio tão único, mesmo que eu queira explicar não dá, sabem, eu estava numa festa de convívio numa das casas do meu pai em moçambique, recordo-me da esteira no chão em frente a casa, no fundo das escadas que faziam parte do alpendre enorme, eu estava sentada nela com aquela comida toda a minha frente recordo-me de ver tanta gente e também os meus irmãos sentia-me amada por tudo…

E quando chovia?
Que bom que era sentir aquela chuva forte, grossa, quente e tão rápida que corríamos todos lá para fora com uma alegria e uma ânsia para não perdermos uma única gota daquela chuva, pegávamos em pequenos barris colocávamo-nos em cima deles como se fossem barcos e íamos com as correntes fingindo que estávamos no mar e no meio de uma tempestade…mas no fim daquela chuva toda abria um sol tão lindo e quente que o cheiro a terra era tão intenso depois de molhada, untávamo-nos uns aos outros como se estivéssemos a esculpir a nossa imagem de momento no nosso momento.

Sim era feliz uma criança muito saudável e cheia de aventura e vontades, mas o facto é que essa menina perdeu-se a meio do caminho do seu processo de vida os seus objectivos foram-se tornando cada vez menos importantes porque de certa forma não foi possível levar em frente o meu caminho na dança rítmica e ginástica acrobática, estava tão entregue e tão dedicada pois adorava o que fazia e tinha muito empenho, conseguia falar e expressar tudo o que sentia dentro da minha pessoa,fui escolhida na altura para representar o grupo mas tinha de ir para espanha, pois era lá que iam decorrer as primeiras provas e não foi possível isso acontecer, não que os meus pais não confiassem mas na altura que era não foi possível, levar em frente o meu sonho que ficou para trás…um sonho não realizado no trajecto da minha vida, e agora isso reflete cada vez mais em mim, por ainda não ter aceitado…ainda...

Provavelmente pois é algo que ainda rebate em mim, na minha alma, na minha pele, no meu corpo e através do meu rosto, como as ondas rebatem na areia com euforia ou alegria, mas em mim é um efeito dos porquês que teve de ser assim, porquê que eu não pude escolher?

Sim sinto-me perdida, por vezes confusa e nada realizada, ainda não me aceito como preenchida ou completa, mesmo que apesar de alguns sonhos realizados ainda não são o suficiente…são tantas as experiências que tiveram o seu lado negativo mas que tiveram o seu lado positivo das mesmas que me levaram a desenvolver uma força maior em mim, ajudou-me a crescer, amadurecer continuar a dar o melhor de mim a mim mesma.
Houve uma altura que olhava ao meu redor e pensava que eramos todos iguais, mas só me estava a enganar, todo o ser humano é diferente, aí é que vem a beleza da humanidade, isto porque se fossemos todos iguais em tudo certamente não estaria aqui onde estou hoje e a escrever essa diferença relatada em letras que se vão transformando em palavras, em que cada uma delas tem o seu significado através dessa mesma diferença.


Tenho três irmãos e duas irmãs, somos iguais?
Não...a nossa diferença já começa aí, cada um de nós tem capacidades muito diferentes, um na escrita e a forma como se expressa através dela, outro na musica que sai das suas mãos e através da sua alma, outro na culinária que se sente pelo cheiro inesquecível e o sabor único de cada receita, na tecnologia em que se transforma em solução por cada situação apresentada e criativa, no negócio que cresce a cada dia com a sua criatividade e qualidade, e no acolhimento de um abraço no som da sua voz e na capacidade da paciência hoje em dia reduzida…
Com tudo isto no meu percurso de vida não vejo forma em que as experiências ou condições sociais tenham afectado negativamente, mas sim positivas, agora sim sei que eu própria é que me fui afectando por não me acreditar.  

Glória Paiva