quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016



Perdoa-me…
Perdoa-me, fácil de se dizer porque temos como mais uma palavra que facilmente nos sai da boca assim como a palavra amo-te…mas não é bem assim a palavra perdoa-me é uma palavra única que se deve ser dita sentida transportada de dentro da nossa alma em que nos arranha de tão forte que é, e aí sim o perdão surge e torna-nos mais leves e bem connosco, no momento em que se diz choramos sempre no inicio no meio e no fim de cada letra.
Perdoa-me…

Sim perdoa-me, porque preciso de te dizer o quanto eu me sinto horrível, por te ter magoado, inconsciente ou consciente não interessa, mas quero sim pedir-te perdão…a minha alma, o meu ser, meu eu…perdoa-me por me fazer, por te fazer transportar tanta dor em silêncio e porquê e para quê? Quero entender este meu fracasso contigo, tantas falhas e agora sei que choro e me castigo… atrás desta rede escondo-me da vergonha vestida de preto, não…não quero olhar para ti não quero que vejas o meu rosto desfigurado do peso da minha insensatez e da minha transformação imprópria do meu ser…
Perdoa-me…

Sim perdoa-me tu, só tu o podes fazer só tu tens essa força e esse poder contigo não eu…eu apenas te peço perdão através do grito gravado na minha pele, sem brilho pelas loucuras impróprias que me deixei levar através de ilusões ilusórias que fui criando porque assim quis, por pensar que estava bem, que estava tudo bem…e que agia bem…mas não apenas prejudiquei algo bom ou criativo, algo que de certa forma me nutria com a tua maneira própria de ser, tua e individual não interessa como ou de que jeito és, tu és assim…fui cobarde, não soube aceitar, acabei por me transformar num ser primitivo quase anti-social…e agora…sim são as consequências que semeei, cultivei e tenho de as colher até ao fim da minha plantação.
Sei que não será como antes, neste caminho perdeu-se um pouco do muito do que me tinhas dado, não foi por mal, apenas não soube lidar com a situação…
Perdoa-me…

Autoria: Glória Paiva