Perdoa-me…
Perdoa-me,
fácil de se dizer porque temos como mais uma palavra que facilmente nos sai da
boca assim como a palavra amo-te…mas não é bem assim a palavra perdoa-me é uma
palavra única que se deve ser dita sentida transportada de dentro da nossa alma
em que nos arranha de tão forte que é, e aí sim o perdão surge e torna-nos
mais leves e bem connosco, no momento em que se diz choramos sempre no inicio
no meio e no fim de cada letra.
Perdoa-me…
Sim
perdoa-me, porque preciso de te dizer o quanto eu me sinto horrível, por te ter
magoado, inconsciente ou consciente não interessa, mas quero sim pedir-te
perdão…a minha alma, o meu ser, meu eu…perdoa-me por me fazer, por te fazer
transportar tanta dor em silêncio e porquê e para quê? Quero entender este meu
fracasso contigo, tantas falhas e agora sei que choro e me castigo… atrás desta
rede escondo-me da vergonha vestida de preto, não…não quero olhar para ti não
quero que vejas o meu rosto desfigurado do peso da minha insensatez e da minha
transformação imprópria do meu ser…
Perdoa-me…
Sim
perdoa-me tu, só tu o podes fazer só tu tens essa força e esse poder contigo
não eu…eu apenas te peço perdão através do grito gravado na minha pele, sem
brilho pelas loucuras impróprias que me deixei levar através de ilusões
ilusórias que fui criando porque assim quis, por pensar que estava bem, que
estava tudo bem…e que agia bem…mas não apenas prejudiquei algo bom ou criativo,
algo que de certa forma me nutria com a tua maneira própria de ser, tua e
individual não interessa como ou de que jeito és, tu és assim…fui cobarde, não
soube aceitar, acabei por me transformar num ser primitivo quase anti-social…e
agora…sim são as consequências que semeei, cultivei e tenho de as colher até ao
fim da minha plantação.
Sei que não
será como antes, neste caminho perdeu-se um pouco do muito do que me tinhas
dado, não foi por mal, apenas não soube lidar com a situação…
Perdoa-me…
Autoria:
Glória Paiva